Foi no dia 23 de Fevereiro, Sábado, estava tudo combinado com o Dr. em estarmos na CUF por volta das 8h para iniciarmos a indução do trabalho de parto.
Na noite anterior, estivemos com pessoal amigo no café muito descontraídos. Todas as pessoas me perguntavam como é que eu conseguia estar tão calma, mas eu estava muito confiante, para além de já ter caminhado muito até chegar aqui, confiava muito no meu médico.
Ao chegarmos à CUF confrontamo-nos com vários casais que tal como nós também iriam conhecer os seus filhotes no mesmo dia, todos com um ar entre o excitado e o assustado. Demos entrada na recepção (onde ainda não tinham o termo de responsabilidade, situação rapidamente resolvida com o funcionário) e cerca das nove da manhã somos instalados no quarto onde iríamos passar por todo o processo até à fase da expulsão. Vesti uma batinha toda janota, e fiquei a aguardar pela visita do Dr. Como sempre, chegou bem disposto e sorridente e fez-me a primeira maldade: a colocação do gel. Foi mesmo muito doloroso! Até trepei as paredes! Logo após a colocação do gel fiquei com dores seguidas e bastante dolorosas. Eu pedi para não ter de me deitar mas o médico não me deixou, ainda me escapei algumas vezes porque pedi para ir à casa de banho e aí desligavam-me o CTG (queriam que eu usasse a arrastadeira) e aproveitava para andar um bocado de um lado para o outro. As dores foram aumentando bastante. Desde que o Dr. me colocou o gel, foram dores sempre em sentido crescente. No início uma dor constante, mas depois foram-se seguindo as chamadas contracções mas espaçadas de muito pouco tempo.
Nós os dois a olharmos para o CTG, a saber que se avizinhava uma contracção. É uma situação um pouco masoquista. Por volta das 11 horas tive de estar um pouco (uma hora) a oxigénio porque a minha princesa estava em esforço. Ajudou-me muito o apoio do maridão, nomeadamente, a esfrega nas costas. Era mesmo o que me aliviava, ele esfregava com força, mas qualquer força era pouca.
Por volta da 13:30, estava eu no auge de tanta dor, chamo o médico e pergunto-lhe:"Dr. quando é que posso levar a epidural?" e ele responde-me: "Quando quiser, diga-me quando achar que as dores já são muito fortes!" E eu "Então é já". O anestesista, muito simpático, passado meia hora lá está e por volta das 14:00 levei a bendita. Explicou-me todo o procedimento, mas na altura de colocar o cateter a minha perna deu um esticão. O anestesista passou-se, disse-me que se o meu espaço epidural não fosse tão grande não sabe o que poderia acontecer, mas, no fundo, correu tudo bem.
Subscrevo todas as descrições positivas que associam à epidural, é mesmo um alívio fantástico.
Depois de levar a epidural, o Dr. vem-me rebentar as águas e colocar a algália. Passado cerca de 20 minutos começo com dores e chamo o enfermeiro que me diz ser normal a epidural durar tão, "deve ser por ser a primeira administração" e dá-me o reforço. Entretanto chega a minha irmã, e na companhia dos dois, começo com dores outra vez, deviam ser uma 15:00, inicialmente, uma dor ligeira que se vai multiplicando a cada contracção. Volto a chamar o enfermeiro, e nisto surge o anestesista, que não acha normal eu já estar com dores. Com ele vem uma enfermeira que me faz a avaliação do trabalho de parto e que se vira para mim e diz: "Claro que está com dores, a cabeça da bebé está aqui. Está com 9 dedos de dilatação". Então, o anestesista explicou-me que por isso é que eu estava com dores, ele estava-me a dar epidural como se eu estivesse no início do trabalho de parto, mas afinal já estava muito avançado. Chamam o meu médico e ele nem queria crer, volta a avaliar e o anestesista dá-me novo reforço de epidural para a expulsão. O Dr. tinha-me dito que não iria estar sempre a fazer o toque, mas parece-me que deixou passar tempo a mais sem fazer qualquer avaliação... Avisa-me de que vai ter de utilizar as ventosas para utilizar a Inês a nascer, já se tinha apercebido mas não me tinha dito para não me assustar.
Eram 15:30 sou encaminhada para o bloco, estamos finalmente prestes a conhecer a nossa princesa. Confesso que pensei: "Já?", mas ao mesmo tempo fui invadida por uma alegria enorme e um desejo de ver a minha menina. O papá é encaminhado para vestir o traje a rigor e já só nos encontramos na sala de partos.
O Dr. diz-me:"Faça força". E eu fiz toda a força do mundo e após 3 puxões a minha princesa nasceu. O Dr. só dizia "Parece que já teve 3 filhos". (A preparação para o parto foi fundamental não só nesta respiração como na fase até levar a epidural) O papá também foi um corajoso, cortou o cordão umbilical da princesa.
Às 15:50 do dia 23 de Fevereiro a Maria Inês nasceu com 3,205kg. A maior riqueza das nossas vidas. Quando o Dr. a tirou, colocou-a em cima de mim, e foi um misto de sentimentos fantásticos, a pessoa ri, chora e naquele instante tudo muda!
A princesa vai para o berçário e o papá vai com ela, enquanto a mamã fica no corte e costura (o Dr. não fez a episiotomia, fiquei com um belo rasgão). É aqui que eu me apercebo que o Dr. está com um ar assustado e pergunto-lhe se está tudo bem e ele responde-me com um sim pouco convincente.
Vamos os três para o recobro, onde gozamos da maior felicidade do mundo. O pai começa a mandar mensagens e a ligar a todas as pessoas e eu fico ali a gozar a minha menina. Pela primeira vez, amamento-a e ela parece que me conhece, um momento único.
Cá fora, começo a ouvir amigos e só me apetece sair dali com a minha menina para partilhar com o mundo a nossa alegria. Tudo tinha corrido tão bem...
Na noite anterior, estivemos com pessoal amigo no café muito descontraídos. Todas as pessoas me perguntavam como é que eu conseguia estar tão calma, mas eu estava muito confiante, para além de já ter caminhado muito até chegar aqui, confiava muito no meu médico.
Ao chegarmos à CUF confrontamo-nos com vários casais que tal como nós também iriam conhecer os seus filhotes no mesmo dia, todos com um ar entre o excitado e o assustado. Demos entrada na recepção (onde ainda não tinham o termo de responsabilidade, situação rapidamente resolvida com o funcionário) e cerca das nove da manhã somos instalados no quarto onde iríamos passar por todo o processo até à fase da expulsão. Vesti uma batinha toda janota, e fiquei a aguardar pela visita do Dr. Como sempre, chegou bem disposto e sorridente e fez-me a primeira maldade: a colocação do gel. Foi mesmo muito doloroso! Até trepei as paredes! Logo após a colocação do gel fiquei com dores seguidas e bastante dolorosas. Eu pedi para não ter de me deitar mas o médico não me deixou, ainda me escapei algumas vezes porque pedi para ir à casa de banho e aí desligavam-me o CTG (queriam que eu usasse a arrastadeira) e aproveitava para andar um bocado de um lado para o outro. As dores foram aumentando bastante. Desde que o Dr. me colocou o gel, foram dores sempre em sentido crescente. No início uma dor constante, mas depois foram-se seguindo as chamadas contracções mas espaçadas de muito pouco tempo.
Nós os dois a olharmos para o CTG, a saber que se avizinhava uma contracção. É uma situação um pouco masoquista. Por volta das 11 horas tive de estar um pouco (uma hora) a oxigénio porque a minha princesa estava em esforço. Ajudou-me muito o apoio do maridão, nomeadamente, a esfrega nas costas. Era mesmo o que me aliviava, ele esfregava com força, mas qualquer força era pouca.
Por volta da 13:30, estava eu no auge de tanta dor, chamo o médico e pergunto-lhe:"Dr. quando é que posso levar a epidural?" e ele responde-me: "Quando quiser, diga-me quando achar que as dores já são muito fortes!" E eu "Então é já". O anestesista, muito simpático, passado meia hora lá está e por volta das 14:00 levei a bendita. Explicou-me todo o procedimento, mas na altura de colocar o cateter a minha perna deu um esticão. O anestesista passou-se, disse-me que se o meu espaço epidural não fosse tão grande não sabe o que poderia acontecer, mas, no fundo, correu tudo bem.
Subscrevo todas as descrições positivas que associam à epidural, é mesmo um alívio fantástico.
Depois de levar a epidural, o Dr. vem-me rebentar as águas e colocar a algália. Passado cerca de 20 minutos começo com dores e chamo o enfermeiro que me diz ser normal a epidural durar tão, "deve ser por ser a primeira administração" e dá-me o reforço. Entretanto chega a minha irmã, e na companhia dos dois, começo com dores outra vez, deviam ser uma 15:00, inicialmente, uma dor ligeira que se vai multiplicando a cada contracção. Volto a chamar o enfermeiro, e nisto surge o anestesista, que não acha normal eu já estar com dores. Com ele vem uma enfermeira que me faz a avaliação do trabalho de parto e que se vira para mim e diz: "Claro que está com dores, a cabeça da bebé está aqui. Está com 9 dedos de dilatação". Então, o anestesista explicou-me que por isso é que eu estava com dores, ele estava-me a dar epidural como se eu estivesse no início do trabalho de parto, mas afinal já estava muito avançado. Chamam o meu médico e ele nem queria crer, volta a avaliar e o anestesista dá-me novo reforço de epidural para a expulsão. O Dr. tinha-me dito que não iria estar sempre a fazer o toque, mas parece-me que deixou passar tempo a mais sem fazer qualquer avaliação... Avisa-me de que vai ter de utilizar as ventosas para utilizar a Inês a nascer, já se tinha apercebido mas não me tinha dito para não me assustar.
Eram 15:30 sou encaminhada para o bloco, estamos finalmente prestes a conhecer a nossa princesa. Confesso que pensei: "Já?", mas ao mesmo tempo fui invadida por uma alegria enorme e um desejo de ver a minha menina. O papá é encaminhado para vestir o traje a rigor e já só nos encontramos na sala de partos.
O Dr. diz-me:"Faça força". E eu fiz toda a força do mundo e após 3 puxões a minha princesa nasceu. O Dr. só dizia "Parece que já teve 3 filhos". (A preparação para o parto foi fundamental não só nesta respiração como na fase até levar a epidural) O papá também foi um corajoso, cortou o cordão umbilical da princesa.
Às 15:50 do dia 23 de Fevereiro a Maria Inês nasceu com 3,205kg. A maior riqueza das nossas vidas. Quando o Dr. a tirou, colocou-a em cima de mim, e foi um misto de sentimentos fantásticos, a pessoa ri, chora e naquele instante tudo muda!
A princesa vai para o berçário e o papá vai com ela, enquanto a mamã fica no corte e costura (o Dr. não fez a episiotomia, fiquei com um belo rasgão). É aqui que eu me apercebo que o Dr. está com um ar assustado e pergunto-lhe se está tudo bem e ele responde-me com um sim pouco convincente.
Vamos os três para o recobro, onde gozamos da maior felicidade do mundo. O pai começa a mandar mensagens e a ligar a todas as pessoas e eu fico ali a gozar a minha menina. Pela primeira vez, amamento-a e ela parece que me conhece, um momento único.
Cá fora, começo a ouvir amigos e só me apetece sair dali com a minha menina para partilhar com o mundo a nossa alegria. Tudo tinha corrido tão bem...
É entre estes sentimentos que a enfermeira se vira para mim, após avaliação, e me diz: "Vai ter voltar ao bloco para vermos estas hemorragias". E foi aqui que começou o meu pesadelo!
11 comentários:
A primeira parte até correu muito bem..realmente o pior deve de vir depois, tadinha de ti minha linda...mas agora já passou e agora é só apreciar essa beldade...
Já sabes se quiseres falar, manda um mail...
jocas grandes
É realmente muito especial, pensaste como eu, "já!" :)
O resto é que foi pior, eu tambem digo é bem pior o pos parto que o parto e eu não tive complicações, só 4 pontos.
Beijinho
Minha querida o importante é que tudo acabou bem. Para o teu marido acredito que deve ter sido tambem muito difícil. É um grande homem concerteza e tu uma grande mulher.
Jinhos para voces e um especial para a princesa :)
É sempre uma emoção muito grande ler o teu relato... ai que saudades!!!
beijocas
cat
Também tive parto induzido mas sem qualquer evolução... muitas dores e uma espera infindável de 36 horas :o(
No teu caso tudo correu bem com o nascimento da tua Inês o pior veio despois mas somos em tudo SUPER MULHERES e agora basta olhares para a tua princesa para tudo esqueceres.
Beijos
Tété & Xavier
Amiga, postaste-te muito bem!
Tenta esquecer a fase má!
Beijinhos
Querida fos te uma valentona...senão fosse o depois..tinha tudo corrido dentro do previsto...
Beijocas
Patricia
Olá!
Parabéns pelo nascimento da Maria Inês, nasceu no mesmo dia que eu (há 30 anos atrás)!
Espero que a vida lhe traga tudo de bom.
Muitos beijinhos
Apesar do contratempos tens uma fofura nos braços que de certeza é a maior alegria das vossas vidas!! Beijocas!
A 1ª parte parece a minha mas eu tive episiotomia. E não houve 2ª parte.
Bjs
Mas que delicia, li o teu relato na ponta da cadeira!Também tive a Joana no HCD e adorei o atendimento e o acompanhamento durante o internamento.
Beijinhos,Sofia,Pedro e Joana
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